Nesta quinta-feira (28), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o lançamento do contrato futuro de Bitcoin (BIT) pela B3. Com o aval concedido pelo regulador, a Bolsa do Brasil tem a expectativa de disponibilizar o produto para o mercado no próximo mês, especificamente no dia 17 de abril. No entanto, a confirmação da data de lançamento está sujeita à aprovação, pela CVM, de um manual operacional da B3 contendo regras relacionadas ao contrato.
Destaca Felipe Gonçalves, superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3: “A B3 está expandindo sua atuação no mercado de criptoativos, oferecendo aos investidores formas diferentes de diversificarem suas estratégias. Esse lançamento atende uma demanda por um produto derivativo que permite a proteção da oscilação de preços do Bitcoin ou a exposição direcional ao ativo, mantendo a segurança de operar no ambiente da Bolsa do Brasil”.
O contrato futuro de Bitcoin usará como referência o índice Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC).
Como vai ser a negociação do Bitcoin?
Para negociar o futuro de bitcoin, os investidores de varejo precisarão depositar na corretora uma margem mínima de R$ 100 por contrato. Os investidores que mantiverem posições nos contratos, ou seja, que não zerarem suas posições até o final do pregão, deverão depositar o equivalente a 50% do valor do contrato. O depósito da margem de garantia é um mecanismo usado para garantir que ambas as pontas da operação cumpram com a obrigação financeira.
No mercado futuro, o investidor se compromete a comprar ou vender um determinado tipo de ativo em uma data futura com um preço pré-determinado, de acordo com seu perfil de risco e estratégia. Outra característica do mercado futuro é o pagamento de ajustes diários, de acordo com a oscilação do preço do contrato durante o pregão. Isso significa que os contratos vão sofrer, todos os dias, ajustes em seu valor até o dia do seu vencimento.
O vencimento de contrato ocorre sempre na última sexta-feira do mês, o que permite que o investidor possa montar estratégias com prazos diferentes sobre o mesmo ativo.
Para quem não sabe a história do Bitcoin:
O Bitcoin surgiu em 2008 como uma resposta à crise financeira, visando substituir as moedas físicas usuais e, sobretudo, eliminar a necessidade de intermediação bancária em transações financeiras.
A criptomoeda foi introduzida inicialmente em um documento divulgado por Satoshi Nakamoto, um pseudônimo cuja identidade permanece desconhecida até hoje. Neste documento, era explicado o funcionamento da moeda digital e a criação do sistema conhecido posteriormente como “blockchain”, que atua como um registro de todas as transações realizadas.
Inicialmente concebido como uma moeda digital destinada a transações seguras, anônimas e rápidas, o Bitcoin se tornou um investimento de alto risco devido à sua alta volatilidade e valorização.
O Bitcoin utiliza um código criptográfico complexo que garante a segurança de todas as transações.
Cada transação é validada por uma rede de mineradores, que são indivíduos ou grupos que utilizam computadores para verificar e registrar as transações na blockchain. Além disso, o processo de mineração também é responsável pela criação de novos bitcoins.
O valor aproximado do um Bitcoin no exato momento que escrevo esse artigo está U$ 70.099,87, equivalente a R$ 351.365,88.
Como investir em Bitcoin?
Basta se cadastrar em uma plataforma de exchange ou carteira digital para começar a investir e negociar bitcoin e outras criptomoedas. Essas empresas operam inteiramente online e intermediam a compra de bitcoin. Após o cadastro, é possível realizar a compra diretamente pela plataforma.
Assim como qualquer outra moeda, o bitcoin experimenta variações diárias e segue a lei da oferta e da demanda. Isso significa que quanto mais pessoas o procuram, mais seu preço aumenta, e vice-versa.
Contudo, é crucial abordar o investimento em Bitcoin com extrema cautela, pois é amplamente reconhecido como um ativo de alto risco.
Você também pode investir por meio da intermediação de instituições financeiras, semelhante a outros investimentos convencionais. Isso significa que você pode adquirir o ativo por meio de bancos e corretoras, contando com o suporte da própria plataforma.